21/12/2010

[chegado por carta] Carta às altas esferas e a todos os que se deixam embalar pela sua melodia.

Não quero chegar mais rápido. Não quero um foguetão a voar na horizontal em frente à minha janela. Um foguetão barulhento a rasgar a Peninsula Ibérica aos bocados. A vossa Rede de Alta Velocidade é uma grandessíssima merda. É barulho, é lixo, são centenas de kilómetros de barreira intrasponível a atravessar os campos. Deixámos que construissem as auto-estradas. Estavamos meio a dormir. Mas já chega. O mundo não é vosso. O mundo que vocês estão a destruir é nosso: dos que queremos viver, dos que queremos usufruir dele, dos que não temos puto interesse nos vossos postos de trabalho, na vossa rotina, no vosso pesadelo paranoico pintado de sonho cor-de-rosa.
Felizmente a nossa hora soou. Não se cansem a construir uma coisa para a qual os vossos netos vão olhar com desdém. Arrumem as botas.

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