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RAVE: em alta velocidade a destruir tudo por onde passa
O projecto do comboio de alta velocidade (TGV; em Portugal foi nomeado RAVE – Rede de Alta
Velocidade) vai começar a ser construído entre Lisboa e Caia, na fronteira com Espanha, para a partir daí
continuar até Madrid. A sua construção é uma imposição, independentemente das pessoas afectadas, da
sua vontade e do seu bem-estar. As expropriações por parte do Estado já começaram.
A discussão sobre este projecto tem sido, até hoje, meramente política: partidos e organizações
sentam-se à mesa de negociações e regateiam onde, quando e como será este projecto levado em frente. O
seu interesse não está em parar este projecto de morte, mas em decidir qual será a forma mais vantajosa
de o construir, e em que momento será economicamente mais aceitável. Mesmo aqueles que estão
sinceramente contra a construção do TGV, a nosso ver até hoje não apresentaram nenhuma forma
concreta de resistência e ataque a este projecto que o possa efectivamente parar.
Nesta discussão política, todos os factores entram em consideração, excepto um: a nossa vontade de
viver e circular livremente e de destruir os planos que sufocam a nossa vida e os sítios onde vivemos.
É por isto que pensamos que a resistência ao TGV deve ser tentada através de uma luta anti-política,
uma luta que ponha em prática os nossos desejos, necessidades e vontades reais, e que verdadeiramente
consiga pôr um travão no avanço da morte. Esta luta, além de recusar a negociação com aqueles que nos
tentam impor vidas que não queremos, deve ser uma luta de ataque e não de simples resistência, ou seja,
deve tomar a iniciativa e agir da maneira que cada um achar melhor, tendo como alvo as obras do TGV,
estações e acessos, assim como as empresas e instituições envolvidas na sua
construção/exploração/financiamento.